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28/09/2020
Imagem: Lifeonwhite, de envatoelements Imagem: Lifeonwhite, de envatoelements

O ganho de peso durante o isolamento físico imposto pela pandemia tem sido uma reclamação comum entre as pessoas. Mas não são só os humanos que estão se deparando com isso. Muitos pets também estão ficando mais gordinhos neste período. Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), publicada este ano, mostrou que, pelo menos na capital paulista, 40% dos animais de estimação estão obesos.

Em geral, é uma simples consequência da mudança de estilo de vida da família, mas especialistas indicam ficar alerta para que os animais de estimação não cheguem à obesidade e para garantir que a mudança da forma física não tenha relação com uma doença mais séria. “Principalmente em tempos de quarentena e com a mudança da rotina, o pet pode ter tido uma alimentação inadequada, além da diminuição dos passeios ao ar livre. Assim, é natural que o pet apresente alguns quilos a mais, mas os tutores devem se atentar à saúde e bem-estar do cachorrinho”, afirma Taís Matos, veterinária da empresa DogHero.

Aleksandra Sinageiv, aposentada, começou a regular mais a oferta de guloseimas às suas duas cadelas, Ayra, uma flat golden retriever de 1 ano e 1 mês, e Paris, uma yorkshire de 5 anos. As duas ganharam peso no período da pandemia e a tutora não quer que isso vire um problema mais sério. “Em casa, a gente acaba comendo mais e sempre jogando alguma coisinha para elas comerem também. Mas, agora, estamos diminuindo”, conta.

Taís Mota orienta que os animais tenham horários e quantidades fixas de comida. “Um especialista pode orientar sobre qual é a melhor opção para o pet e até se ele precisa de uma alimentação light, além de avaliar se o ganho de peso surgiu com a mudança de rotina ou se está ligada a alguma doença mais grave, como a disfunção hormonal”, salienta.

Atividade física
Para Aleksandra, está claro que faz parte do período de isolamento, afinal, a atividade física das cachorrinhas também ficou prejudicada. A tutora está mais restrita em casa — e estava ainda mais no início da pandemia, quando tudo fechou. Em especial por ter uma filha grávida, ela redobrou os cuidados para não levar o coronavírus para casa. Naturalmente, os passeios de Ayra e Paris diminuíram.

Para compensar, Aleksandra, leva Ayra e Paris para outro tipo de lazer: passear de carro. “Elas adoram ficar olhando pela janela, sentir o vento no rosto”, conta. A tutora salienta a sorte que as pets têm de ter a companhia uma da outra. “Elas se amam e acho que agora estão mais unidas do que nunca.”

A veterinária Luciana D. Oliveira, PhD em nutrição da Mon Petit Chéri, orienta que, se for para continuar com a rotina de passeios, eles devem ser de, no máximo, 15 minutos e ninguém pode tocar no cão. “Para garantir a saúde de todos em casa, somente uma pessoa deve passear com o cão e evitar locais com aglomeração, mantendo sempre uma distância mínima de um metro de outras pessoas e dos pets”, explica. Ao retornar à casa, deve-se lavar as patas do cão/gato com água e sabão e secá-la. Não se deve usar álcool nos pets.

Caso o tutor ainda não se sinta seguro para sair de casa, Taís recomenda investir em atividades internas: “Outra forma de fazer o seu pet gastar energia é oferecer o enriquecimento ambiental com brinquedos inteligentes, petiscos escondidos pela casa e brincadeiras pontuais. Essas atividades o farão se movimentar.”

O problema da obesidade
Além de ser incômodo para o animal, que fica com os movimentos mais limitados, a obesidade pode causar doenças perigosas e maléficas para a saúde do pet. “Os ossos e as articulações de um cachorro acima do peso são prejudicados pela sobrecarga, especialmente se o cãozinho já apresenta alguma predisposição a problemas ortopédicos. Cães acima do peso têm uma maior predisposição a fraturas, artrites, rupturas de ligamentos e diabetes, além de maior risco de óbito em procedimentos anestésicos, em caso de cirurgias. Além disso, cães braquiocefálico (focinhos achatados) podem apresentar uma maior dificuldade em respirar”, lembra Taís.

O primeiro passo é consultar um veterinário de confiança para ele criar um plano saudável para reverter a obesidade canina. O especialista vai levantar o diagnóstico e investigar a razão da obesidade. Após a consulta, o tutor deve seguir corretamente o plano de alimentação e exercícios definidos pelo especialista. “O ideal é que o cachorro adulto coma duas vezes ao dia; os filhotes devem ser alimentados três vezes e sempre nos horários corretos. O tutor também deve evitar petiscos industrializados, pois são ricos em gorduras e carboidratos, pobres em nutrientes e podem tirar o apetite para a ração equilibrada”, ressalta Taís.

A alimentação do cão
- O alimento pode estar à disposição do cachorro o dia todo, mas a quantidade diária deve ser controlada de acordo com a prescrição do médico veterinário ou com a recomendação da embalagem do fabricante.
- O alimento disponível sem controle da quantidade pode predispor o animal à obesidade e a suas doenças secundárias, como problemas ortopédicos ou diabetes.
- É importante ressaltar possíveis riscos de contaminação, caso o alimento fique exposto por muito tempo — os úmidos, por exemplo, não podem ficar no ambiente por mais de 30 minutos.
- As rações não são todas iguais e a qualidade dos alimentos manufaturados pode variar de acordo com a qualidade dos ingredientes utilizados, assim como com a inclusão de ingredientes funcionais específicos em sua fórmula, fazendo com que seja mais ou menos digestível. Ou seja, um alimento com alta digestibilidade apresenta maior absorção de nutrientes do que aquele com baixa digestibilidade. É indicado sempre buscar a recomendação de um veterinário de confiança para saber qual é a melhor opção de alimento para o pet.

fonte: Correio Braziliense, escrita por Renata Rusky