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Eu recebi a foto acima de uma amigo, obviamente à título de piada.

 

Pelo andar da carruagem e a evolução dos preços de mercado do milho e da soja, lá pelo meio do ano tudo indica que a piada vai perder a graça, pois o diamante embora raro ainda se encontra.

 

A notícia de hoje é que a China antecipa a escassez e começa a fazer pressão em seus produtores para buscar ingredientes alternativos para o milho e a soja!

 

Sempre tivemos disponibilidade abundante de milho e farelo de soja , e isso nos conduziu obrigatoriamente a uma situação interessante do ponto de vista de engenharia:

“Raríssimas fábricas possuem mais que 12 silos de dosagem sobre a(s) balança(s), sendo mais comum encontrar 6 silos ou 9 silos no máximo”

 

No que se refere à armazenagem fora do galpão da fábrica, encontramos frequentemente os silos corrugados de fundo chato ou cônico para milho, fundo cônico de média capacidade para farelo de soja , e no máximo uma ou duas opções de armazenagem externo ao galpão para outros grãos , como por exemplo sorgo ou triguilho.

 

Via de regra, a distribuição de silos de dosagem é a seguinte:

2 silos de milho dosando juntos para acelerar o tempo de dosagem

1 ou 2 silos de farelo de soja

2 silos de farinhas de carne, com matrizes nutricionais distintas (normalmente para aporte de Fósforo na fórmula)

1 silo para algum ingrediente de oportunidade ou que conste nos níveis de garantia e cuja inclusão é obrigatória(mais comum em PET FOOD)

 

E eventualmente uma pequena bateria de mini silos para sal, ingredientes minerais e premixes.

 

A situação fica ainda mais restrita quando se trata de fábricas de PET FOOD.

 

Além dos 6 (seis) silos citados, é mandatório contar com dois ou três silos adicionais para diferentes tipos de reprocessos de extrusados( ex: coloridos) uns dois ou três silos adicionais para farinhas de vísceras, farinhas de carne de alta proteína com matrizes adicionais distintas - E isso se quiser trabalhar corretamente no regime de low cost formulation e não apenas formular pela média dos nutrientes dos lotes - e nesse caso perde-se muito dinheiro.

 

Resumindo, a situação “cômoda” de engenharia de contar com pouquíssimos silos de dosagem foi gerada pela abundância de milho e farelo de soja, ao longo de todo o ano...às vezes mais caros, às vezes mais baratos, mas sempre com boa oferta.

 

Em mais de uma visita à fabricas de rações na Europa, eu notei que a situação por lá, via de regra, é totalmente diferente. Eu vi fábricas na Holanda com cerca de 30 até 40 (quarenta) silos de dosagem de ingredientes sobre as múltiplas balanças.

 

Uma excelente estrutura portuária e uma rede capilar de canais levam ingredientes do mundo todo até às fábricas, via de regra construídas às margens dos canais, possibilitando assim o descarregamento das enormes balsas através de sistema de aspiração por ar e transporte por fase diluída.

Farinha de mandioca da Tailandia, Polpa seca de côco das Filipinas , Polpa de beterraba da Russia , grãos e farelos diferentes de diversas partes do mundo, só para citar alguns, e também usam milho e soja.

 

Atualmente nas fábricas, a baixa disponibilidade de silos de dosagem é um sério fator limitante para Compras/ Logística. A oferta de um lote de oportunidade de um ingrediente alternativo encontra como barreira a seguinte resposta: “Não temos silo de dosagem para colocar isso”.

 

O argumento do comprador é: “Mas não dá para colocar a mão no misturador?”

a-) Não dá... infelizmente o sistema é automatizado e a opção seria em pequenas bateladas no Skip, sem controle adequado de peso”

ou

b-) Esse ingrediente precisa ser moído primeiro e não temos silos de pós moagem... e nem silo de dosagem...

 

A falta de silos de dosagem adicionais leva a uma situação na qual é praticamente impossível estimular a cobrar COMPRAS a buscar ingrediente alternativos de oportunidade...

 

Temos aí um problema sério... A China precisa desesperadamente reduzir o custo dos insumos nas suas rações, e já iniciou uma busca frenética por ingredientes de oportunidade que possibilitem fazer o anunciado ”corte” , ou redução de milho e soja... E essa ação vai dificultar ainda mais as coisas por aqui e em outros países.

 

Recomendo para todas as fábricas que estejam enfrentando problemas semelhantes:

1-) Para FÁBRICAS PET FOOD e Fábricas AGRI -

NA medida dos espaços disponíveis, fazer um “cluster “de 4, seis ou nove silos de dosagem sobre balança(s), (pesagem simultânea) e incluir isso na automação. E Estimular Compras a ocupá-los...

 

2-) Para FÁBRICAS PET FOOD

Além da sugestão do item 1, buscar no mercado “ingrediente funcionais” difíceis de serem processado por extrusora mono rosca , considerando a possiblidade de aquisição de extrusora Dupla rosca.

 

VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DA ROSCA DUPLA:

  • PODEM EXTRUSAR MATERIAIS MUITO VISCOSOS , OLEOSOS, GRUDENTOS OU MUITO ÚMIDOS , QUE PODERIAM “ESCORREGAR”” NUMA EXTRUSORA DE ROSCA SIMPLES.

 

 

  • “PULSAÇÃO” REDUZIDA = PRODUTOS MAIS UNIFORMES E DE FORMATOS MAIS INTRINCADOS SÃO POSSÍVEIS.
  • SÃO MENOS SENSÍVEIS AO DESGASTE DAS PARTES
  • NÃO SÃO TÃO SENSÍVEIS AO DGM DAS PARTICULAS
  • SÃO AUTO -LIMPANTES (LIMPEZA FÁCIL) A CAMISA É LISA....

 

INGREDIENTE FUNCIONAIS ALTERNATIVOS (EXEMPLO) :

BOLACHAS / FARINHA DE PÃO

FARINHAS PRÉ COZIDAS

ADITIVOS

PASTA DE RESÍDUOS DE CARNE

CASEINATOS (SUBPRODUTOS DO LEITE)

GORDURAS

AROMAS, ATRATIVOS

PROTEÍNA VEGETAL E ANIMAL (ROMPE AS FIBRAS)

 

A verdade é que o quadro de escassez vai piorar antes de melhorar. Quem sair na frente buscando soluções alternativas terá grande chance de sobreviver e sobressair no mercado.

 

Abraço

 

Fernando Raizer

 

RAIZER CONSULTORIA , PROJETOS E TREINAMENTOS LTDA

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